sábado, 23 de março de 2013

ESTUDANTE DE JORNALISMO FALA SOBRE UNIVERSIDADE DO SERIDÓ E A QUESTÃO DA ÁGUA

Na coluna Falando de Politica, Jackson Dantas Filho fala da união de situação e Oposição quando querem realmente aprovar algo para o bem comum.

Desde o início de 2013 dois assunto em especial, tomaram conta dos principais blogs, jornais e noticiários do Seridó e também da grande mídia estadual: A construção da barragem “Oiticica” na cidade de Jucurutu e a Criação da UFSER (Universidade Federal do Seridó) na cidade de Caicó.

Cada cidadão analisa os dois assuntos diante de seu ponto de vista em meio a sua formação histórica, religiosa, cultural e socioeconômica. Cada um opina da forma mais conveniente, sempre defendendo seu ponto de vista e ideais. Porém, sobre dois assuntos tão importantes, temos que ir além da conveniência. Temos que ser racionais e maduros, pois, existem muita coisa em jogo. Coisas que são ou não mostradas. Interesses particulares e políticos dominam. Muito dinheiro está em jogo. Principalmente o seu que paga seus impostos rigorosamente em dia a união!

No quesito “maturidade", a barragem de Oiticicas sai na frente. Já é um projeto muito antigo que vem suprir nossa falta de infraestrutura hídrica. Principalmente, por vivermos numa região que ainda não está preparada para uma estiagem severa como esta que nos castiga desde o ano passado. Somos frágeis neste quesito. Nossa infraestrutura é mínima. Não podemos continuar desperdiçando nossa valiosa água nos entregando ao luxo de se embelezar vendo-as correrem para o mar, pois, em nosso semi-árido o bom inverno infelizmente é exceção. Chuva é coisa rara, pode cair ou não!

Necessitamos de mais infraestrutura nesta área. Nosso povo sofre e adoece com a morte de seus rebanhos. Os que tinham pouco, depois de um longo ano sem chuvas, ficaram sem nada. Várias de nossas cidades enfrentam um sério colapso de água. E as medidas tomadas pelos governos federal e estadual não são suficientes sequer para garantir o abastecimento residencial seja rural e/ou urbano. As prefeituras e seus respectivos prefeitos, acabam absorvendo e sendo vítimas do grande ônus gerado pela falta de compromisso dos grandes.

Um exemplo a ser dado quanto a falta de maturidade na projeção e realização de uma obra é a transposição do Rio São Francisco. A ideia continua sendo pertinente, porém, o projeto e os políticos que o executaram não estavam e continuam não estando maduros. Se pararmos um pouco para pensar, existem alguns dúvidas que assombram: Quantas readequações foram feitas na obra? Quantos milhões foram adicionados? Quantos milhões foram estruídos? Quantos foram roubados? Quantos anos a sociedade nordestina ainda vai ter que esperar por aquelas águas? Enquanto elas não chegam, ainda temos que conviver com a falta de perfuração de poços, de construção de açudes, de barragens e de adutoras. Nosso povo clama por água. Nem parece que vivemos no século 21. A guerra por água talvez esteja por começar!

Quanto a UFSER, esta será muito bem vinda. Porém, o projeto ainda é novo. Precisa ser mais debatido em meio a sociedade. Ainda tem muito chão pela frente antes que esta saia do papel. O seridó não precisa de mais uma universidade "meia boca". Nossa região precisa de uma instituição séria, a altura de nosso povo, de nossa história e de nosso potencial de econômico de desenvolvimento.

Quantidade não sinônimo de qualidade. Em nosso seridó já existe a presença da universidade pública. São 2 campis da UFRN e UERN nas duas principais cidades da região – Caicó e Currais Novos. Sem contar a existência de dois campis do IFRN nas mesmas cidades. Além disso, todo RN é conhecedor da precariedade estrutural e de ensino oferecidos pelas universidades citadas. No momento, a decisão mais conveniente, racional e prudente é tentar melhorá-las ao invés de se criarem outras! 

O grande “X” da questão, são as eleições gerais que se avizinham. Todos nossos “líderes” estão querendo aparecer para marcar seu território e usar seus “discursos de apoio” como moeda eleitoral no pleito que se aproxima. Querem ganhar o voto de nossa classe pensante, principalmente, de nossos jovens, com ideias inovadoras, prometendo mundos e fundos, sem antes estabelecer alicerces sólidos, viáveis e sustentáveis para a concretização destas.

Uma indagação: A Universidade Federal do Seridó é importante para nosso desenvolvimento? A resposta é obvia. Sim! Porém, vamos discutir mais. Vamos envolver mais os setores de nossa sociedade. Sem exceção de ninguém. Todos são importantes neste debate. Do mais humilde ao mais abastardo. Todos são peças fundamentais neste processo, neste debate, pois, somos todos seridoenses. Enfrentar e superar desafios são tarefas cotidianas em nossas vidas!

O sertanejo seridoense carece de água. Sem ela, nossa região corre um sério risco no processo já iniciado de desertificação. Esta é uma tragédia já anunciada por parte dos pesquisadores e estudiosos do assunto. Se medidas sérias e maduras não forem tomadas, vamos virar deserto. Vamos ter que abandonar nossas casas, nossas vidas, nossas histórias e procurar um lugar que nos acolha longe do nosso berço de origem. Jamais seria contra a criação de uma universidade que daria a largada para nosso desenvolvimento. Principalmente quando esta fortalecerá nossa identidade cultural que anda em descompasso com a realidade de nosso povo. Porém, esta prioridade pode ser mais amadurecida. No momento, a prioridade urgente é água!
JACKSON DANTAS FILHO - ESTUDANTE DE JORNALISMO

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