sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

As emissoras estão diminuindo o time

image
                                                                               
















Equipe do “Tá na Tela”, da Band, foi demitida (Foto: divulgação/Band)
As emissoras de TV estão cada dia mais parecidas com os times brasileiros de futebol. Afundadas em dívidas e preocupadas com as incertezas do cenário econômico, elas cortam o plantel e dispensam desde gandulas (contínuos) até caros craques do plantel (apresentadores). E não tenha dúvida: assim como no futebol, os cortes influenciarão diretamente na qualidade do espetáculo.
A Band tem feito a limpa em sua sede e afiliadas – toda a equipe do “Tá na Tela”, por exemplo, foi dispensada. Na TV Cultura há boatos de que janeiro será o mês da guilhotina. SBT vive sob a sombra das demissões. Na Record os rumores falam em até 800 funcionários. Na TV paga, a ESPN fez uma limpa recentemente.  Até a Rede Globo, o time mais poderoso da primeira divisão televisiva, andou demitindo a conta-gotas.
Há, entretanto, algumas diferenças entre nossos clubes e canais de TV. O futebol nacional é notoriamente marcado pela má administração. Contrata-se sem critérios, times se endividam de forma irresponsável e há desvios e maracutaias que deixariam certos políticos orgulhosos (de fato, muitos dos dirigentes de futebol são políticos, mas isso é outro tópico).
Já as emissoras, se não sofrem o mal da corrupção, têm um vício inerente ao jornalismo: basta um leve rumor a respeito de crise para que empresas saiam praticando o clássico “passaralho” – apelido mui conhecido dos coleguinhas e usado para designar as demissões em massa nas redações.
Outra diferença: no futebol, um time não pode entrar em campo com menos de 11 jogadores – faz parte da regra. Já em jornalismo é comum que, depois de um corte, o trabalho de 11 seja feito por 6– faz parte do hábito.
Emissoras garantem que a programação não será afetada pelo corte de funcionários. A ideia, parece, é terceirizar parte da produção. Pode ser que, no começo, ninguém perceba a diferença. Mas, lá na frente, há uma grande possibilidade de que o jogo (entenda-se programas) fique duro de assistir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário